Comportamento, moda, fotografia, música, textos de amor e dicas. Um Blog com tudo aquilo que adoramos fazer antes de sonhar! – Por Mariana Solis

sábado, agosto 28, 2010


A carta

Adoro essa música! Vamos dançar, vem!
Tudo começou assim. Sua mãe deveria ter tido uma dor de cabeça quando estava grávida de você, mas não, você nasceu. Mas pela ironia do destino, você apareceu na minha vida. Naquela noite, você lembra? Eu usava um vestido preto e um salto alto apertado da minha amiga e você com aquela sua blusa branca de gola V com cheiro de cerveja e churrasco. Você a colocou, mesmo fedendo, porque eu disse que eu gostava daquela blusa. Admito, foi uma atitude fofa, mas este foi mais um motivo pra eu lembrar tão bem do começo - e logo do fim. E pra completar, você usava aquele perfume que eu adoro. Se era para me enlouquecer, pois bem, conseguiu. E por isso, agora escrevo isso. Não tenho coragem de mandá-lo, e essa será mais uma carta que daqui a pouco queimarei, como agora tudo queima dentro de mim. Todo meu amor, todo meu ódio e todas as lembranças que tenho de você. Queima e atinge o mais profundo 'eu' que existe em mim. Você achava fofo quando eu deixava meu namorado sentado e ia dançar com você. Aliás, você amava. Mas quando extrapolava meus limites, brigava comigo. Tentei roubar-lhe um beijo naquela festa, lembra? Você ficou bravo, por mais que também quisesse isso também.
Eu estava totalmente bêbada, e por mais que inconsciente que eu estivesse, fui totalmente sincera quando disse que eu te amava. Mas você desconsiderou a única vez que consegui te afirmar isso porque estava embriagada. Ignorância a sua, pois sabe muito bem que conto meus segredos quando estou sobre influência de álcool. Mas se você realmente não percebeu, agora lhe afirmo sem nenhuma garrafa na minha mão, apenas minha caneca com cappuccino e com esta caneta que escrevo agora: Eu te amo.
Sei que sente o mesmo, se não sente mais, algum dia sei que sentiu. Mas do mesmo modo que tenho motivos para te amar, tenho motivos para te odiar. Você é perfeito demais pra mim. Sou pouco pra você. Você precisa de mais. Mais três garotas para te fazê-lo sentir completo, se você me entende em que sentido. Nenhuma piada sobre loira ou nenhuma história das vezes que desrespeitei meu patrão, é suficiente pra você. Odeio te amar tanto. Odeio te amar quando você está namorando mais uma e nem lembra da minha existência. Odeio te amar quando estou comendo pizza sozinha num sábado a noite enquanto você está conhecendo mais garotas na balada, do mesmo modo que nós nos conhecemos. Eu amo metáforas, e preciso usá-las, mesmo que não seja capaz de entendê-las, afinal, pra você não existe amor, apenas atração. Mas eu sinto que existe e sei que um dia despertei, nem que por cinco segundos, o amor que está trancado dentro de você. Lembra quando nos beijamos no carro? Você disse que não podíamos fazer aquilo porque eu tinha namorado. Namorado que eu chamava todo dia pelo nome errado, pelo seu nome. Eu queria que ele fosse você, mas não era. Eu sempre ficava com os caras que pareciam com você e nunca percebeu essa semelhança. Mas eles não brigavam comigo quando eu extrapolava meus limites e nem usavam a blusa que dizia que gostava quando iam no cinema comigo. Ninguém se parece com você e por isso meu coração é teu, somente teu. Minhas lágrimas, minhas cartas em chamas e meus sorrisos te pertencem. Quando eu disse que te amava, a uns seis anos atrás, era pura verdade. Queria que isso passasse e deixasse de te amar. Tentei te mostrar de outras formas que te amava, já que as palavras sinceras não saem da minha boca quando quero ou preciso. Mas essa sensação ardente dentro de mim, precisa cessar. Tudo em mim queima por você. As lágrimas ardentes escorrem meu rosto e todas as borboletas do meu estômago queimam e morrem agora, elas já estão tão velhas e cansadas desse sentimento confuso que tenho por você. Parte de mim diz que te ama, a outra apenas afirma o mesmo de um modo diferente. Odeio te amar tanto. É a sensação que se tem quando ganhava presente de Natal do Papai Noel: não é mentira, é uma forma mais encantada de dizer a verdade. Não há encantamento em dizer que te odeio, mas se você lembrar de que amor e ódio são quase a mesma coisa, torna todas as minhas palavras mais fortes, assim como estas lágrimas que banham este papel de caderno. Não deveria ter te conhecido nem te amar tanto como te amo agora. Odeio dizer que odeio te amar. Odeio saber que não me ama da mesma forma. Prometi pra mim mesma que essa seria a última carta que faria pra você, mas sei que depois de amanhã já estarei escrevendo outra de novo. E logo virará cinza também. Preciso de mais cappuccino. E acho que também preciso de você agora. Você é capaz de mudar as coisas? Vamos começar as coisas do jeito certo. Sem alcóol, sem dançar. Que tal começar dizendo que me ama também e nunca teve coragem de dizer isso pra mim antes?
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