Tem dias que foram designados para me fazer mal. Tudo dá errado e o castelo de areia desaba. E volta a ser o que era. Mais um monte de areia e só. De novo me vi sacrificando a minha felicidade pelos outros. Até parece que gosto de sofrer. Foi uma coisa tão nostálgica, tão forte. Os dois e eu. Eles formavam os papeis de protagonistas e eu a coadjuvante. Eu percebi que não era nada naquele momento. Dispensável, fútil, sem diferença. De novo.
Me senti traída e sem chão. Faltava ar e o ar úmido não entrava nos meus pulmões. Como se a digestão desse amor chegasse ao fim, sem meu corpo absorver nenhuma boa lembrança ou bom momento. E só sobrasse minha raiva, minha vontade de sumir. Então desde o início eu sempre estive em segundo plano? Eu sentia fome de um novo amor, sentia fome de me sentir feliz. Mas o destino sempre coloca na minha vida pessoas que não me amam.
Acidentalmente amando, é sempre assim no começo. Quando vejo estou rotulando a pessoa como especial enquanto sou dispensável. Sendo destruída aos poucos, me consumindo num amor que só me dá uma solução. Destruir esse amor. Eu acabo me destruindo (mais) porque esse amor faz parte de mim. Eu não devia ter coração e devia ser movida à um computador com anti-virus que não permitisse acidentes de trabalho.
Tudo era fácil quando eu tinha oito anos quando estava apenas no início e esse amor de hoje era apenas uma paixonite de criança. Mas esse monstro cresceu dentro de mim e tomou proporções maiores e causou consequências drásticas. E quando me cobram que eu reaja, que eu seja feliz sempre dizem: "Faça alguma coisa, você pode fazer algo! Você não tem mais oito anos"
Pois bem, não tenho. E isso complica bem as coisas.
Eu gostaria de deitar na cama da minha mãe e chorar sentindo o cafuné me fazendo pegar no sono. Eu gostaria de não ter sentimentos tão fortes que me fazem agir sem pensar ou que me faz pensar nos outros antes de mim. Eu queria ter oito anos e que só a Barbie e Bob tinham sentimentos um pelo outro. Mas eu preciso sofrer, eu tenho que lidar com o meu travesseiro e algum ursinho de pelúcia de consolo, preciso ter sentimentos e preciso ver que bonecas sempre foram um pedaço de plástico e que eu sou de carne, osso e coração. Eu gostaria de voltar no tempo. Mas eu preciso viver e isso inclui amar. Viver e amar são os protagonistas.
Eu gostaria que amor fosse coadjuvante e dispensável.
Pois bem, não é. E isso complica as coisas. E muito.
Droga.
2 comentários:
''[...]Mas o destino sempre coloca na minha vida pessoas que não me amam.''Acho que já vi essa frase..ah ela faz parte da minha vida.Sinto saudade da minha infância,época em que eu era feliz e não sabia =D Todos tem dias assim,em que a saudade toma conta e que nada mais importa além da nossa saudade e vontade de voltar no tempo.Sei como é.O bom é que passa e nos vem uma vontade enorme de mudar e fazer tudo diferente,ás vezes da certo.Mas em outras a rotina toma conta e tudo vai pro espaço.
[uufa tirei um peso agora,huashuashaus]
Seu texto está perfeito *-*
Uau, falou e disse! *-* Adorei, você tem toda razão. Ninguém é feliz 100%, não é mesmo? Obrigada Ana!
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