Comportamento, moda, fotografia, música, textos de amor e dicas. Um Blog com tudo aquilo que adoramos fazer antes de sonhar! – Por Mariana Solis

domingo, julho 29, 2012


Ela não vai voltar

"Cansada de tudo que começa. 
Hoje eu queria alguma coisa que continuasse."
– Tati Bernardi
É por um novo caminho que eu espero continuar. Seria corajoso se eu escolhesse começar (ou melhor, recomeçar) por um caminho já conhecido? Por isso, não quis prosseguir por ali, onde eu ainda possa te encontrar ou esbarrar em um instante qualquer. Não por ousadia, mas por consciência daquilo que deve permanecer por perto, é que te desejo distante. Não só ausente, mas longe e, de preferência, intocável. Pouco a fraquejar, sem muito a sentir dor, a falta não é um mártir, seguir em frente foi por opção. Não quis um adeus, tampouco motivos para voltar atrás. É por um novo caminho que continuo, ao invés de recomeçar no mesmo daquele passado.
Faz diferença. 
Não tive tempo para lágrimas, sequer para pensar se toda essa mudança valeria à pena. E valeu. Naquele nosso último instante (isso mesmo, o nosso último), temi olhar para trás, sabendo que você ainda estaria ali, parado a seguir meus passos para cada vez mais para longe de você. Eu cogitei. Quis ter a certeza que você não tinha partido, quando eu assim o fiz. Quis saber que depois de tantos e estúpidos erros, era eu quem ia embora sem você desejar isso. De vez em quando, nesses momentos em que os papéis se invertem, a gente percebe onde é o nosso lugar. E, por ironia desse mesmo destino que nos separa, descobri que estar ao teu lado era um lugar errado. Eu fui forte o suficiente para lhe negar outra chance, quando você, por cumplicidade do momento, quis nos resgatar do passado, de novo. Não houve trégua. Enquanto você pronunciava cada palavra com certa cautela e com uma dose de nervosismo, minha mente não perdoava cada erro teu e, com mais ênfase ainda, ao que determinou o nosso fim. Estávamos no limite. Eu, pelo menos, já tinha ultrapassado os meus.Você tentou, pediu, persistiu. Eu não quis. Era um engano simplesmente, essa ilusão de que precisávamos tentar de novo. Jamais daria certo.
E, a partir de então, era eu quem não queria mais.
Pensei em ficar ali, perto. De alguma forma, sua presença ainda restaurava certa magia dos bons tempos. Porém eu, fria e calculista, já distante demais daquela dócil e ingênua memória de "você-quando-te-conheci", não pude esquecer de cada estúpida atitude tua que me fez continuar por um caminho no qual não pretendo te encontrar mais. E, sem exageros, sua voz já me causava náuseas. Seus olhos já não me traziam o encanto. Eu não desejei um abraço seu. E as borboletas, dessa vez, fugiram. Afinal, como se sentir bem perto de alguém que te fez acreditar em meias verdades, como se elas fossem inteiras? Isso se tornou um problema. Ali, ainda diante de ti, eu mal consegui entender o porquê de você me procurar tão longe de casa. Era uma tentativa frustrada. Um beco sem saída. Eu nem te quis mais. Estive perto por piedade, por educação e por algum outro sentimento que já não sinto mais em mim. Na primeira oportunidade, sem mais delongas na nossa história, escolhi ir embora, mesmo querendo olhar para trás e ter certeza de que você se surpreenderia com isso – com o meu partir, sem adeus. Acreditei que, na hora, eu voltaria para lhe perguntar tudo aquilo que atava mais o nó em minha garganta. Mas, não. O nó sumiu ali, quando não te quis mais perto. Quando eu escolhi a mim, ao invés de te escolher. Na direção oposta à sua, a atração já não surtia efeitos. Eu não me arrependi e, quando percebi, se curvaram os lábios: um sorriso.
Eu sei que não foi agir por mal ou me precipitar demais falando de algo que ainda existiria alguns resquícios. Pudessem até existir, mas fiz questão de desaparecê-los da minha vida. O problema já não era você, mas nós – juntos, não mais. Era quase como pedir para sofrer. Perda de tempo. Às vezes, lidar com alguém assim, tão orgulhoso, serve de lição. Uma relação em que um não faz sacrifícios pelo outro, realmente, não vale para ninguém. Deixa de ser paixão e passa para um sacrilégio à dois. Nenhum quer. E, pouco mais tarde, soube o quanto isso te afetou. Sua indignação era uma consequência da liberdade que te dei, quando você esperava de mim justamente o contrário. Eu já não procurei saber de você, tampouco lhe dar outras satisfações.
E você esteve por perto, tentando zelar de mim quando eu já não era mais sua.
E, enfim, chegamos a um final de silêncios e desencontros. Pensar em você deixou de ser obrigação e cuidar de nós não é prioridade. Voltando atrás, lá no começo, pude entender que ao te encontrar, eu me perdi. Percebi que disso já não abro mão, de estar bem comigo mesma e satisfeita pelo caminho que decidi seguir, sem ti. É por isso, meu anjo, que vamos seguir por caminhos diferentes. Descobri o quanto te deixar me fez ser melhor. E não para por aqui, afinal eu também me permiti lhe deixar em pensamentos. Agora sei porque você tentou tanto voltar atrás quando eu menos quis. Você desejou procurar alguém melhor, e, ironicamente, nunca encontrou. Porque não tem, você já a perdeu ao deixá-la partir sem olhar para trás. Ela não vai voltar. Eu não vou.
4 comentários

4 comentários:

Ana Paula Fuentes disse...

Mari e seus textos MA-RA-VI-LHO-SOS *-*
Boa semana linda ♥

Go Belezando

Unknown disse...

Parabéns viiu...
Ameiii...
Concerteza voltarei mais vezes...
s2
bjooos,aniinha
do-ladodeca.blogspot.com

Anônimo disse...

Eu me familiarizei um bocado com o texto :c

Gabriela disse...

Nossa, to impressionada, seus textos cada vez melhores Mari! Quero ver quando você fizer vestibular hehe, a redação vai ser moleza pra você!

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