Comportamento, moda, fotografia, música, textos de amor e dicas. Um Blog com tudo aquilo que adoramos fazer antes de sonhar! – Por Mariana Solis

segunda-feira, maio 17, 2010


The letter



“Eu queria voltar no tempo, talvez até antes de nascer. Queria que não acontecesse o que está acontecendo agora, e você não vai voltar atrás, você nunca fez isso. Queria que sua mãe tivesse uma dor de cabeça no último dia de gravidez, mas não, você nasceu. E pior, entrou na minha vida, sem bater na porta e já tomou conta de tudo, principalmente do meu coração. Você, apesar de tudo, não aproximou de mim, mas por dentro você estava tão próximo, invadindo minha mente e minha parte racional de pensar. Sabe como é, a gente torna um pouco idiota quando amamos alguém. Eu sou assim, não te culpo, você não aprendeu a me amar, por mais que tentasse, você não conseguiu perceber que atrás daquela brincadeira de sala tinha muitas verdades. Verdades que eu sabia e queria mostrar somente pra você, mas você tampava os ouvidos, fechava os olhos e cantava alto para não escutá-las. Queria muito que agora, quando você estiver partindo para outro país, que levasse toda a saudade junto, todo o meu sofrimento com você, dentro da sua mala pesada. Queria devolver cada lágrima por você, toda minha dor e as minhas noites em claro, e você sentir nem que por algumas horas o que senti em meses, o que não foi nem o começo. Agora já é tarde demais, fui ingênua e esperei que você fizesse algo, mas não fez. Gostaria mesmo de entregar essa carta e todas as outras a você, mas sei que não tenho coragem. Escrevo para mim mesma, sobre meu amor platônico por você, Nick. Sei que é irônico, essa carta é para mim mesma, pois escrevo e não mando. É mais uma que vai para minha caixinha com todas as outras cartas que ficam embaixo da minha cama, do lado esquerdo escondida. Vou sentir sua falta, das brincadeiras, dos abraços, das risadas e de tudo aquilo que eu mesma criei dentro da minha cabeça. A gente se esbarra Nick, tenho que ir para algum lugar, distante de mim mesma. Continuo te amando e esperando o dia que tudo não passará de lembranças com o seu nome.”
Ela embolou a carta após lê-la pela ultima vez, perdendo toda a coragem de entregar a carta para ele, que estava a menos de 2 metros dela, partindo para o avião. Suspirou e virou-se rumo à saída do aeroporto. Jogou a bolinha de papel, alguém a jogaria no lixo, pensou. A pequena bolinha caiu na mochila semi-aberta de Nick, que só perceberia e leria a carta quando estivesse longe demais e seria tarde demais, mais uma vez.
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