Comportamento, moda, fotografia, música, textos de amor e dicas. Um Blog com tudo aquilo que adoramos fazer antes de sonhar! – Por Mariana Solis

terça-feira, setembro 28, 2010


Adeus Enlatado

Essa, como muitas outras histórias, começa com um Era uma vez.
Mas não termina com Felizes para sempre.
Eu não sou uma pessoa de sorte. Sou viciada em pessoas certas em lugares errados. Ou pessoas erradas no lugar certo, tanto faz. Por que tanto faz? Porque sempre termino sentada nessa cadeira escrevendo e meus dedos tamborilando impacientes esperando para que uma nova lembrança seja um novo parágrafo. Um novo parágrafo que chega ao fim de uma história muitas vezes sem conclusão ou sem um fim comovente. Rascunhos inacabados, esta é a minha vida. Antes de chegar ao fim, começo uma nova história e logo esqueço aquelas que ficam no fundo da minha gaveta esperando um felizes para sempre. Mas é impossível porque o para sempre, também como o fim de meus capítulos amorosos (e desastrosos) não existe. 
Se me permite, contar-te-ei minha história. Se quer encontrar a princesa e o príncipe ou coisa do tipo, lugar errado. Não é um conto, no máximo um desconto e na certa, a realidade.

Era uma vez eu.
Eu estava por aí feliz. Mil roupas novas e mil expectativas. Distraída, tagarela e ansiosa. A viagem da minha vida, ah! Todas as minhas lembranças constantes trancadas num baú chamado lixo temporário. Logo essas lembranças seriam novamente colocadas no meu coração, mas isso é assunto pra depois. Eu não sabia o que esperava, eu não sabia o que me aguardava ao redor das montanhas do sul de algum lugar próximo do paraíso, ou o próprio paraíso, enfim! Todas as roupas novas minuciosamente dobradas e colocadas na minha mala rosa. Depois de duzentos dias de contagem regressiva, lá estava eu, dentro de um ônibus com a mente limpa e com expectativas pelos próximos quatro dias e três noites da minha vida. Uma sensação diferente, mas um tanto aconchegante e quente. Mas, como disse, não sou uma pessoa de sorte, nunca fui. Pernas doloridas, viagem longa. Finalmente o ar das montanhas entravam em meu pulmão. Não pulava nem gritava, mas minha mente (e coração) fazia isso em silêncio enquanto me relutava para carregar minhas malas rampa acima. Conheci um garoto lindo, perfeito. Um paraíso no paraíso. Nome? Não sabia. Idade? Não sabia. Onde mora? Ainda não sei. Descobri um pouco sobre ele. Eu me derretia por ele assim como todas as garotas que ele passava pela mesa servindo pizza. Mal conhecia o garoto e já estava lá eu, a mocinha que nunca o vira antes na vida, com um sorriso bobo no rosto. Controle-se! Difícil.
Ele definitivamente parecia o garoto certo. Não sei se já contei, mas tenho uma cisma por garotos com cara de certinho e tímido, com um ar de mistério. Ele tinha tudo isso e mais a beleza. E também estava num lugar lindo. Então, tinha eu encontrado pela primeira vez na vida a pessoa certa no lugar certo? Não, não tinha. Estava a oitocentos quilômetros da minha cama quentinha e nem ao menos sei a idade do garoto. Droga! Isso é tão típico de mim... Então, percebi mais uma vez que estava me afundando em um novo sentimento platônico porque o outro que guardo em mim há anos, estava no meu lixo temporário. Meu coração permitiu que isso acontecesse. O meu coração pedia. Estúpido! Não sei se isso é possível, mas como eu disse, é platônico e um tanto quanto fantasioso e cheio de cenas que não vivenciei. Cenas encaixadas na história real para parecer um pouco melhor ou menos mal. Doce ilusão. Então tive que deixar meu paraíso no paraíso e voltar para a minha cama quentinha a oitocentos quilômetros de tudo o que eu queria ou precisava. O adeus ficou meio entalado na garganta e só saiu um gritinho meio desesperado quando eu o vi pela última vez na minha vida. É, nunca mais eu o veria. Meio estranho para alguém que sempre viveu com um amor há anos e de repente sentir uma coisa tão grande no peito em quatro dias e três noites. Tão pouco tempo nunca pareceu eficiente para me afetar desse modo. Pra mim é mais fácil existir o "nunca mais" do que o "para sempre". O que guardo dele? Lembranças, sorrisos e pequenos momentos. Fotos e um jogo de futebol. Tudo enlatado num cantinho do meu coração. Pouco, mas suficiente. E então, mais uma vez, mais um capítulo da minha vida termina sem um fim feliz, é previsível do meu coração indeciso.
Agora estou aqui, escrevendo as lembranças frescas que tenho na minha memória de um garoto que não sabe meu nome e que nunca será meu. E também tirando do lixo o meu passado que me motiva a continuar lutando pelo presente e futuro, pra quem sabe um dia, a sorte me der a chance de ao menos terminar um capítulo da minha vida, mesmo que seja sem um "para sempre", mas que apenas o "felizes" faça parte de uma das páginas desse livro chamado Eu
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