Comportamento, moda, fotografia, música, textos de amor e dicas. Um Blog com tudo aquilo que adoramos fazer antes de sonhar! – Por Mariana Solis

segunda-feira, setembro 20, 2010


Over Capacity

Eu não sei o que acontece nessa sociedade. Sociedade louca, que impõe a pessoa perfeita, como o certo e o errado. Somos diariamente sugados pelo Marketing e impostos às regras das grandes empresas. Mas não é isso que me preocupa. Me preocupa é ver o caráter das pessoas sendo camuflados com tênis da Nike e desvalorização das coisas que realmente valem. As pessoas se preocupam tanto com aparência e acabam não tendo nada a falar. E no fim, no fim da vida, percebe-se que não viveu. Aparentou-se viver, preocupando-se com aparência. Quem realmente viveu, tem boas histórias pra contar. Não são histórias de compras loucas no Shopping, mas são histórias de quando andou na maior montanha russa ou quando encontrou aquela pessoa que não via há mais de dez anos. Conteúdo. Não sou exceção, também faço parte dessa sociedade que quer cada vez mais, adoro moda, não vivo sem esmaltes e amo Gossip Girl. 
Mas a minha tolerância com as pessoas que deixam a moda, os esmaltes e as fofocas ultrapassarem o limite entre vida e futilidade, já esgotou-se. Quando as pessoas esquecem o verdadeiro valor do próximo, tornam-se maleáveis e bipolares. Elas mudam de princípios facilmente e se, num dia você comprar um tênis, você é amigo. Se no outro, descobrir que tem câncer ou aids, essa pessoa nunca mais olha na sua cara. 
Essa pessoa nunca foi sua amiga de verdade.
A sociedade que tanto impõe e necessita da beleza e da renda, esquece que não é fácil ser bonito e rico. Se todos pudessem escolher ser magro, loiro de olhos azuis, todos nós seríamos iguais. O que nos torna único é a diferença. É a capacidade de argumentar, o jeito que sorri e como lê um texto em voz alta. Mas as pessoas cada vez mais esquecem da beleza única, a qualidade individual e valorizam o defeito do próximo. O peso, o cabelo, a altura ou a capacidade mental. É como se numa tempestade, ninguém a esperasse passar para ver o arco-íris: elas esperam o noticiário falando que tantas pessoas morreram. Não é ser pessimista ou realista, é ter senso que nem tudo é destruição ou defeito. Quem valoriza os bons e pequenos momentos tem muito o que contar. Quem viu o arco-íris e sentiu o cheiro de terra molhada, tem o que contar. Quem viu o noticiário, tem o que reclamar. 
Não suporto mais as pessoas que são pedras no meu caminho. Pessoas que querem destruir meus sonhos, que só veem meus defeitos, que só lembram que eu existo quando tem festa ou precisam de um favor, que só importam com o noticiário e não tem nada a me contar. 
As pessoas que apenas estão aqui para solicitar academia, para enfiar um papel na boca dos outros enquanto fala, as pessoas que desejam todo o mal a mim, não merecem olhar para o arco-íris. Não é ser egoísta, mas é procurar por pessoas que também sorriem ao sentir o cheiro de terra molhada.
E não procuro mais amigos ou doar todos os meus bens materiais para uma caridade. Eu sou feliz com os que tenho e fazer o bem não é doar tudo para uma instituição. Fazer o bem é doar o melhor que uma pessoa tem. É doar a atenção, o carinho, o amor e uma boa história pra contar. Daquele arco-íris que tinha um pote de ouro no fim dele: a felicidade de quem olhou pro céu após a chuva e respirou fundo pra guardar na memória, mais um bom e pequeno momento.
Feche o guarda-chuva. Sinta os pingos e depois olhe pro céu.
E viva pra chega no fim e dizer: Valeu a pena!
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